sábado, 28 de novembro de 2009

Gasparo Da saló


Da Saló é com certeza um dos maiores génios da luteria moderna, um artesão de valor imensurável, seus instrumentos embora com aparência um pouco rústica, tem uma sonoridade ímpar, especialmente as violas.


Da Saló é uma das grandes expressões da luteria Bresciana, nasce por volta de 1540, e morre em 1609, o que poucos sabem é que alem de liutaio, Da Saló também era contrabaixista, construi inúmeros instrumentos, porém poucos se mantém intactos até hoje.


Em 2007, eu tive o prazer de estar com um integrante do quarteto de Tóquio, que tem uma dessas violas, muito simpático ele me conta qual seu apreço por tal instrumento, me mostra alguns detalhes que lhe chamam atenção na construção, e me fala sobre o timbre que Da Saló conseguia extrair das madeiras. Me chamou atenção a cor escura do instrumento, o verniz rústico porém muito belo, a voluta com marcas das ferramentas, mas percebi o refinamento do trabalho, o que fez realmente Da Saló se tornar um exemplo a ser seguido.


Logo depois dele, outro artesão trilhou os mesmos passos, vemos em Paolo Maggini, as mesmas intenções mas com o carater de estética bem mais aprimorado, com certeza o tratamento de madeiras, as formas estéticas, as linhas de pensamento de Da Saló influenciaram toda a luteria Bresciana, e até hoje suas violas são referencia mundial, eu pude ter contato com esta que descrevi, e só posso aplaudir de pé o trabalho deste grande Maestro da luteria.




Bravíssimo Da Saló


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

luteria Paulistana


A luteria Paulistana, teve em novembro de 2009, um super presente, uma mostra de violinos e violas de inumeros artesãos da Italia, entre eles os conhecidos Gio Batta Morassi e Alessandra Spadoni.
Eu tive o prazer de pariticipar deste evento desde seu primo dia, tive contato com os Liutaios que vieram, trabalhei como liutaio convidado, interprete, além de ter a experiencia divina de conversar com essas pessoas sobre luteria.
Recebi uma carta de recomendações do instituto de Cremona, além de ter recebido otimas criticas de meus trabalhos pelos liutaios presentes no evento.
fico feliz por ter alcançado mais este bem, que só o Deus Todo-poderoso poderia ter me ajudado.
sou grato a ele e a vocês todos pela ajuda.
viva a arte
agradecimentos aos amigos Italianos
Robert Gasser (Cremona)
Carlos Roberts (Cremona)
Roberta Damiani (Cremona)
Fabricio Di Pietrantonio (livorno-Toscana)
Fabio Nicotra (Palermo)
Bravo!!!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

luteria no Brasil


Luteria no Brasil


A arte de construir instrumentos de cordas friccionadas tem uma tradição muito antiga, existem indícios de instrumentos de arco na china e no oriente médio, mais o ápice da historia da arte de construção desses instrumentos se deu na Europa dos séculos XVI – XVIII, na Itália e na França da renascença houveram muitos construtores de instrumentos de arco que hoje chamamos de “instrumentos Barrocos”, mas o cume desta subida em busca da perfeição só foi encontrado no século XVIII na cidade de Cremona - Itália, onde os artesãos buscavam não apenas o aprimoramento do instrumento funcional, mas sim também a perfeição sonora dos mesmos, os mestres liutaios cremonenses criaram uma escola de construção muito funcinal, que até hoje não foi superada, abriram as portas dos laboratórios para aprendizes, ensinaram seus filhos, fazendo de Cremona um reduto de artesãos renomados, famílias inteiras se dedicaram a arte de construção de instrumentos de arco, de lá surgiram artistas renomados como os das famílias Amati, Guarneri, e Stradivari.

Na França, Alemanha e Tirol, a tradição era parecida, mas não obteve resultados tão concretos como os de Cremona, que ate hoje é o pólo desta arte no mundo.

No Brasil também houve bons construtores de instrumentos de arco, desde o império onde o imperador D. Pedro II era admirador da arte, e tinha bons instrumentos, tais como cravos e violinos em sua coleção.

Mais indo ao que interessa, tivemos uma vasta gama de liutaios no Brasil, alguns conseguiram chegar a carreiras internacionalmente plausíveis, o Rio de Janeiro do inicio do deste século haviam liutaios bem conceituados, muitos deles trabalharam na Europa, fizeram carreiras dentro do país, vou citar alguns nomes dos conceituados liutaios do Brasil, Guido Pascoali, Gustav Jansen, Enrico Zottolo, Vicenzo Lo Turco, Luciano Rolla, Ciro Herreira (este ainda vivo, mantem a tradição), entre outros mais.

Nesse aspecto o Rio de Janeiro foi a cidade mais prospera ate a metade do século XX, mais depois da morte de artesãos como Lo Turco e Pascoali, a arte carioca foi perdendo seu estimulo, hoje o Rio tem muitos luthiers de categoria, mais o numero era muito maior no inicio do Século. Esta medalha hoje em dia esta com a cidade de São Paulo, que conta com inúmeros profissionais gabaritados na área, e que fazem juz ao nome “artesão” pois a arte da luteria em São Paulo vem crescendo a cada dia, conta com muitos profissionais que estudaram fora do país e até receberam prêmios internacionais com seus instrumentos, São Paulo hoje não é somente o pólo da musica erudita no Brasil, mas também é o pólo da arte da construção de instrumentos.

Outra cidade muito interessante é a cidade de Tatuí que conta com um curso de construção que foi idealizado pelo maestro liutaio Enzo Bertelli, já tem formado inúmeros luthiers que se espalharam pelas Américas.

O Espírito Santo também entra para o hall de estado vasto em luteria, a pequena cidade de João Neiva, por exemplo, tem na minha opinião a melhor escola de luteria do país, e tem desenvolvido um trabalho extremamente brilhante com seus alunos, trazendo de fora professores e abrindo margem para a crescente produção de ótimos instrumentos, em João Neiva eu destaco três grandes liutaios Vinicius Fachenetti, Paulo Mouta e Gedson Bravin.


O Brasil tem com certeza o maior numero de luthiers da América do Sul, talvez devido a ser um país de grande território, nas Minas Gerais também existem bons liutaios, em Belo Horizonte se destacam Carlos Jorge de Oliveira, Correia, e Karl.

Em Brasília temos Tullio Lima.

Se fossemos ficar falando sobre os atuais luthiers teríamos espaço pra muitos assuntos nessa matéria, mas voltando ao meio do século XX, em São Paulo tínhamos uma vasta classe de profissionais da área, talvez foi a parte mais produtiva do século XX, tínhamos aqui mestres como Bevenutti, Enzo Berteli, ate Guido Pascoali teve seu atelier em São Paulo, e outros luthiers bons que ficaram no anonimato, nos anos 80 se refez mais uma vez a ascensão da lutheria Brasileira em São Paulo, tínhamos aqui grandes artesãos dos quais citarei os que mais admiro, João Cruz (que logo se mudou para NY), João Rossi (chamado Stradivarius do Ipiranga), Mario Agrejo ( que na verdade ainda é um grande colecionador e formulador de vernizes), Jayme Landin (restaurador), entre muitos outros.

Os anos 90 foi produtivo tbm, iniciou-se uma nova faze na luteria brasileira, podemos citar que entre os anos 90 e os dias de hoje, houve uma grande preocupação com pesquisas e um grande crescimento de construção, os luthiers começaram a sair do país para poder aperfeiçoar sua arte, dos anos 90 pra cá eu estimo um crescimento de 70 % no numero de profissionais sérios do Brasil, e para encerrar a matéria vou citar uma lista, de amigos que são grandes artistas em minha opinião.

Rudson Di Cavalcanti (SP), Saulo Dantas Barreto (SP), Nilton Camargo (RJ), Paulo Mouta (ES-CE), Gedson Bravim (ES), Fabio Vanini (SP), Rafael Sando (SP), Paulo Tavares (SP), Ciro Herreira (SP), Francisco Silva (archetaio-SP), Jayme Landim (restaurador SP), Luigi Bertelli (sp), João Cruz (SP), Carlos Jorge de Oliveira (BH), Alessandro Baggio (RP), Leandro Mombach (PR), Tullio Lima (DF), Luiz Amorim (Curitiba), Ivan Labussiere(SP), Paulo Parlagrecco(SP).



Rudson Di Cavalcanti.