domingo, 23 de dezembro de 2018


Benvenuto Pascoli 193?

Benvenuto Pascoli, sem duvida foi um dos autores brasileiros da primeira metade do seculo 20, que mais personalidade apresentava em seu trabalho, tinha uma finesa de traços e um refinamento no abamento, que poucos artistas daquela época conseguiam superar.
Benvenuto, utilizava um verniz marrom amarelo muito pessoal, algumas vezes também fez um tom avermelhado, o verniz é rico e bastante transparente, embora em alguns instrumentos até hoje sofra reações de secagem.
É conhecido pela pureza de timbre, e pela personalidade incomparável de som, talvez possamos dizer que ele foi o grande autor da primeira metade dos 900.










Emilio Cialone 1932


violino de Emilio Cialone 1932

Emilio Cialone, foi um dos italianos imigrantes que trabalhou no Brasil na primeira metade do século XX.

O trabalho de Cialone, lembra muito o de outra italiano do mesmo periodo, Lorenzo Fritelli, possivelmente os dois tenham tido contato, mas não posso afirmar isso historicamente.

Quando abri esse instrumento em 2010, eu notei que era feito com forma do tipo externa, o que também era utilizado por Fritelli.

Este foi o unico exemplar do trabalho deste artesão a que tive acesso.









terça-feira, 11 de abril de 2017

O Quarteto de cordas




    Chamasse de quarteto de cordas a formação da familia dos arcos idealizada e definida pelo compositor Joseph Haydn (1732-1809). Essa formação deu tão certo, que todos os outros compositores escreveram obras para ela, e existem coisas escritas para esse grupo que ficaram com certeza no cume das melhores obras eruditas, tudo isso graças à ideia de Haydn de juntar esses maravilhosos instrumentos para fazer musica de câmara.
   Falemos um pouco sobre a formação em si, sobre as vozes, e sobre os timbres.
   A formação conta com 2 violinos, uma viola, e um violoncello, ou seja, duas vozes agudas, uma media e uma grave. Aos violinos fica a função de primeira e segunda voz, ou seja um é acompanhamento e outro o canto, mas isso nao é regra pois todos os integrantes podem assumir a voz e o acompanhamento conforme o desejo do compositor, a viola navega entre a voz do violoncello, que fica com a base de toda harmonia, o que dá apoio a todas as outras vozes...
     Na luteria um quarteto de cordas representa a grande obra de um artesão, construir 4 instrumentos diferentes de forma igual, para com isso alcançar um timbre e uma potencia unificada e familiar, é um desafio enorme e que exige muita disciplina e conhecimento.
     Certa vez, conversando com meu saudoso amigo Nilton Camargo, ele me contava da sua ideia de chagar aos 50 anos e construir esse conjunto para comemorar sua vida na profissão, infelizmente, Nilton faleceu em 2012 aos 49 anos sem constituir sua ideia, o que eu acho uma coisa muito triste, pois era um grande artesão.
    Com esse fato eu fiquei bem apreensivo e resolvi começar a fazer o meu projeto desta formação, despretensiosamente e sem pressa. e vou compartilhar as fotos e os dados sobre a formação aqui no meu blog...
    eu ja comecei a fazer um dos violinos e ja selecionei as madeiras do outro e da viola, as do cello ja estão separadas tambem.

seguem algumas fotos do processo





quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Innesto



A palavra italiana INNESTO, tem tradução no idioma português como enxerto, mas na luteria designasse innesto a substituição do braço de um violino, por outro novo, sempre mantendo a voluta e a caixa de cravelhas do original.
São vários os motivos para se utilizar dessa técnica de restauração, mas sempre se deve levar em consideração que o melhor para o instrumento é se manter na sua forma original, ou seja, só fazer intervenções sejam quais forem se for necessário.

O innesto é uma pratica bem comum, violinos como os de Stradivari e Guarnerius em sua grande maioria não tem mais os braços originais, pois foram feitos em um período da historia da luteria onde se faziam braços mais curtos, grossos e com angulo baixo. Nos violinos desse período a angulação do braço era feita no espelho, o que dava ao instrumento menos tensão e resultava em um timbre mais "suave" e menos potente e enérgico. Com o passar do tempo os violinistas e liutaios perceberam que precisavam de mais potencia nos instrumentos e que se elevassem a altura do espelho tensionando o braço teriam maior projeção e potencia também, isso se deve porque na era barroca, os músicos tocavam em pequenas salas de palácios ou em cômodos para os reis, e com o passar do tempo e a invenção das salas de concerto, os instrumentos tradicionais da época, que hoje chamamos de barrocos passaram a nao atender as necessidades que as salas novas tinham, ou seja, salas maiores com instrumentos feitos para soar em ambientes pequenos resultavam em muito mais esforço para os musicos.

Conta a lenda que o grande Paganini pediu ao mestre francês Jean Baptiste Viullaume para fazer um innesto em seu violino e que depois do trabalho feito o resultado foi tão perfeito, que o próprio Paganini passou a dizer que aumentar o comprimento do braço era fundamental.

Mas para chegar na sonoridade que temos hoje, o violino barroco passou por varias modificações, você pode ler isso em meu artigo sobre violino barroco feito em 2009.

É certo que essa mudança ligada à invenção das cordas de metal (aço, prata, etc.), mudaram os rumos da luteria, colocando um divisor extremamente importante entre o que chamamos de luteria moderna e luteria barroca.













terça-feira, 9 de agosto de 2016

restauro de violino raffelle Leone 1923















essas são algumas fotos do processo de restauro de um lindo violino feito por raffaelle Leone em 1923.
Esse é o exemplar mais bonito que já vi do Leone.
Leone era um Italo-Brasileiro que viveu em São Paulo, e tinha seu atelier nas imediações do teatro municipal, o pouco que sei sobre o Leone é que ele foi um grande Aluno de Luigi Bertelli, e chegou a trabalhar com ele também.